segunda-feira, 27 de junho de 2011

Materialismo...o que escrever?

         Boa tarde a todos,

      Estava eu aqui pensando depois de alguns ocorridos e dúvidas que me levantaram uns amigos, que sempre em meio a discussões e indagações sobre as coisas relevantes ao materialismo e espiritismo, apesar de eu não me envolver em espécie nenhuma de debate desse tipo, pois acho que todas as crenças podem estar até em caminhos paralelos, mas as estradas sempre estão na mesma direção... O Deus esterno, sou as vezes incumbido e indagado sobre a visão espírita de algumas questões, e quando vejo o interesse honesto em saber a visão dentro da doutrina, faço algumas explanações da forma mais humilde e ancorada nos livros da doutrina ditados a Kardec e que nos servem como um guia.

      E nesses dias em roda de amigos foi levantado a questão do materialismo e mesmo dando minha singela opinião sobre o ditame, me faltou algum conteúdo e hoje lembrei-me de tão límpida alma que habitou essas terras e nos iluminou com sua caridade, lembrei-me do Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, e de uma passagem que li em seus livros e vi em filme recente, e deixo aqui para que esses amigos leiam e que outras pessoas vejam a mais real visão de um espírita sobre esse tema, segue a matéria tirada do livro Do livro ESTANTE DA VIDA, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier), edição FEB.:



“ MATERIALISMO E ESPIRITISMO


Conta-se que o Dr. Adolfo Bezerra de Menezes orientava, no Rio, uma reunião de estudos espíritas, com a palavra livre para todos os circunstantes, quando, após comentários diversos, perguntou se mais alguém desejava expressar-se nos temas da noite.

Foi então que renomado materialista, seu amigo pessoal, lhe dirigiu veemente provocação:

– Bezerra, continuo ateu e, não somente por meus colegas mas também por mim, venho convidá-lo a debate público, a fim provarmos a inexpugnabilidade do Materialismo contra as pretensões do Espiritismo. E previno a você que o Materialismo já levantou extensa lista de médiuns fraudulentos; de chamados sensitivos que reconheceram os seus próprios enganos e desertaram das fileiras espíritas; dos que largaram em tempo o suposto desenvolvimento das forças psíquicas e fizeram declarações, quanto às mentiras piedosas de que se viram envoltos; dos ilusionistas que operam em nome de poderes imaginários da mente; e, com essa relação, apresentaremos outro rol de nomes que o Materialismo já reuniu, os nomes dos experimentadores que demonstraram a inexistência da comunicação com os mortos; dos sábios que não puderam verificar as factícias ocorrências da mediunidade; dos observadores desencantados de qualquer testemunho da sobrevivência; e dos estudiosos ludibriados por vasta súcia de espertalhões... Esperamos que você e os espíritas aceitem o repto.

Bezerra concentrou-se em prece, alguns instantes, e, em seguida, respondeu, aliando energia e brandura:

Aceitamos o desafio, mas tragam também ao debate aqueles que o Materialismo tenha soerguido moralmente no mundo; os mal-feitores que ele tenha regenerado para a dignidade humana; os infelizes aos quais haja devolvido o ânimo de viver; os doentes da alma que tenha arrebatado às fronteiras da loucura; as vítimas de tentações escabrosas que haja restituído à paz do coração; as mulheres infortunadas que terá arrancado ao desequilíbrio; os irmãos desditosos de quem a morte roubou os entes mais caros, a cujo sentimento enregelado na dor terá estendido o calor da esperança; as viúvas e os órfãos, cujas energias terá escorado para não desfalecerem de saudade, ante as cinzas do túmulo; os caluniados aos quais terá ensinado o perdão das afrontas; os que foram prejudicados por atas de selvageria social mascarados de legalidade, a quem haverá proporcionado sustentação para que olvidem os ultrajes recebidos; os acusados injustamente, de cujo espírito rebelado terá subtraído o fel da revolta, substituindo-o pelo bálsamo da tolerância; os companheiros da Humanidade que vieram do berço cegos ou mutilados, enfermos ou paralíticos, aos quais terá tranqüilizado com princípios de justiça, para que aceitem pacificamente o quinhão de lágrimas que o mundo lhes reservou; os pais incompreendidos a quem deu força e compreensão para abençoarem os filhos ingratos e os filhos abandonados por aqueles mesmos que lhes deram a existência, aos quais auxiliou para continuarem honrando e amando os pais insensíveis que os atiraram em desprezo e desvalimento; os tristes que haja imunizado contra o suicídio; os que foram perseguidos sem causa aparente, cujo pranto terá enxugado nas longas noites de solidão e vigília, afastando-os da vingança e da criminalidade; os caídos de todas as procedências, a cujo martírio tenha ofertado apoio para que se levantem...

Nesse ponto de resposta, o velho lidador fez uma pausa, limpou as lágrimas que lhe deslizavam no rosto e terminou:

– Ah! meu amigo, meu amigo!... Se vocês puderem trazer um só dos desventurados do mundo, a quem o Materialismo terá dado socorro moral para que se liberte do cipoal do sofrimento, nós, os espíritas, aceitaremos o repto.

Profundo silêncio caiu na pequena assembléia, e, porque o autor da proposição baixasse a cabeça, Bezerra, em prece comovente, agradeceu a Deus as bênçãos da fé e encerrou a sessão.”
 
      Com certeza, não há nenhum adendo mais a tão profundo discurso. Fiquem com Deus meus irmãos de jornada terrestre.

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